quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mini Currículo - Já que pediram informações sobre mim, aí vai...

Meu nome é Victor Martins Sant’Anna, e nasci em Porto Alegre, 1962.

Como profissão, sou professor de Informática desde 1987 e nos últimos anos tenho dado aulas de Computação nos cursos de Administração e Ciências Contábeis da FAPA aqui em Porto Alegre. Possuo o título Bacharelado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1987) e mestrado em Ciência da Computação também pela PUC-RS (2000) na área de Inteligência Artificial. Tenho experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Programação de Jogos Educativos. Fui autor de programas educativos (mais de 60 títulos) entre 1990 e 1997. Parei de programar profissionalmente há mais de 10 anos, mas um de meus programas de computador, o “AlarmJ” (que fiz para minha namorada na época e que está disponível em http://prog.naotemnome.com/) recebeu recentemente, em 2009, uma menção “Editor’s Pick” da empresa Brothersoft, distribuidora internacional de programas.

Em 1986 me associei a alguns amigos e criamos uma produtora de vídeo (Spectrum Vídeo Digital de Porto Alegre) e ajudei a redigir o roteiro de vários vídeos premiados entre 1989 e 1993. Até hoje ajudo, de forma eventual, a supervisionar os textos criados nos vídeos artísticos, mas geralmente minha participação é mínima e consiste em reescrever os diálogos para torná-los mais “naturais”.

  Sobre teatro, sou apenas um escritor amador, não ganho absolutamente nada com o que escrevo e nunca fiz teatro profissional: sou apenas um amante do teatro.

 Eu comecei a fazer teatro amador em 1987 quando ainda estava no curso de Computação, nunca cheguei a encenar nada, participei de alguns grupos, fiz algumas oficinas, fiz isso até final de 1990. Nessa época escrevi alguns textos, mas ninguém que tenha lido (amigos) mostrou qualquer interesse. Foi num grupo desses que conheci a mãe de minha filha (fiquei casado com ela entre 1990 e 2000), parei de fazer teatro quando casamos, mas ela continuou e se formou em Artes Dramáticas pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Eu, como sempre gostei de teatro, comecei a escrever alguns textos de vez em quando apenas por prazer sem nem mostrar para ninguém, exceto ela. Após minha separação em 2000, meu contato com o teatro deixou de existir e, então, lá por 2002 resolvi voltar a escrever alguma coisa e colocar na Internet textos antigos, que já estavam nas gavetas há muito tempo e que, por não ter mais contato com pessoas de teatro ficariam mofando lá até serem esquecidos.

Um dos textos que saíram direto da gaveta para a Internet foi “Vocês viram meu cachorro”, que escrevi para tentar salvar meu casamento, em 1999. Eu fazia mestrado em Ciência da Computação, não tinha tempo para nada, meu casamento estava abalado pela minha falta de tempo e dinheiro. O texto foi escrito para suprir um desses problemas de última hora: quando o autor do texto “A História da Tigresa”(Dario Fo) resolveu cobrar direitos autorais (que antes não cobrava) sobre o texto que minha ex-esposa (Patricia Ragazzon) ensaiava, a peça dela teve de ser suspensa. Dario Fo ganhou o prêmo Nobel de Literatura e resolveu cobrar direitos autorais em dólar... US$ 4 mil, se não me engano. Aí eu criei o meu texto: num fim-de-semana de folga, escrevi o texto para ela, como uma declaração de amor (mas acabei me separando mesmo assim algum tempo depois - má notícia para quem é romântico: não se pode salvar um casamento de dez anos escrevendo uma peça de teatro. Para ser bem honesto, tenho de confessar que o texto “Vocês viram meu cachorro” foi baseado na interpretação que ela tinha dado ao texto do Dario Fo e que os fragmentos dos ensaios que eu assisti foram aproveitados para inspirar o que escrevi).

 A maioria desses textos era autobiográfica em parte ou totalmente: meu texto “O Buraco”, que foi um dos primeiros textos que coloquei na Internet (e que acabou sendo o ponto-de-partida para que eu escrevesse mais), trata da época de depressão após minha separação. Esta depressão durou vários anos e só começou a se dissipar justamente na época em que escrevi esta peça, foi uma válvula de escape, uma terapia. Nem era para ser uma peça de teatro, era para ser um desabafo, uma carta, mas na medida em que fui escrevendo e me libertando aos poucos da dor, comecei a vislumbrar as possibilidades do que eu escrevia como algo “teatral”. Em certo momento, já estava escrevendo tudo como uma peça e não mais como apenas um “desabafo”. Foi uma das minhas peças mais comentadas, embora muita gente goste dela, ninguém ainda mostrou interesse em levá-la aos palcos (as comédias acabam sendo as escolhidas)...

 Aos poucos fui colocando outros textos na minha página... A verdade é que fiz isso com muito receio de receber muitas críticas e esperava ficar "escondidinho" no meu cantinho. Eu estava tentando não despertar muita atenção para não parecer pretensioso... Eu queria mais era mostrar para os amigos, assim como eu já fazia com fotos na Internet, por exemplo, algo totalmente pessoal... Na época em que eu fazia teatro amador, as pessoas com que trabalhei (ou mesmo minha "ex"), nunca haviam dado muita atenção aos meus textos, então eu não tinha nenhuma pretensão quanto a eles e achei por bem já ir avisando que os textos eram "gratuitos". Assim ninguém ficaria constrangido em copiá-los, caso alguém chegasse a se interessar por eles!
 Fui adicionando outros textos que estavam perdidos em minhas gavetas: "Outro Feliz aniversário" (minha primeira peça escrita, de 1987) e outros textos da década de 80 e 90, nem estavam "digitados" - passei para o computador nessa época. Outros manuscritos (não terminados) eram apenas algumas anotações num caderno dos personagens que eu criava para divertir minha filha e a mãe dela quando eu ainda era casado (lá pela metade dos anos 90)... Esses escritos viraram "O(A) noivo(a) virtual do Dr. Viktor Frankeinstein" e, como dá para perceber, são apenas um monte de bobagens montadas em torno de dois personagens (que eu fazia os dois ao mesmo tempo, por sinal, era quase um monólogo de dupla personalidade improvisado). Quando eu achava engraçado o suficiente anotava num caderno as frases e trechos que eu lembrava... Quando tive minhas primeiras tentativas de encontro pela Internet lá por 2002 (dois anos após a separação da mãe de minha filha), o fracasso desses encontros me fez misturar os manuscritos reencontrados em uma gaveta com minhas experiências sentimentais mal-sucedidas numa peça só...

 Por volta do ano de 2003 meus textos começaram, aos poucos, a ser encontrados e encenados por grupos amadores de todo Brasil. Isso fez com que eu me dedicasse a escrever um pouco mais e, sempre que tivesse tempo, terminava um novo texto, geralmente algum esquete. Como gosto de escrever, os primeiros contatos eventuais depois que pus meus textos na Internet, uma vez a cada três ou quatro meses, mais ou menos, me inspiraram e me incentivaram a escrever novos textos...

  A partir de 2004 fiquei mais ousado e comecei a pedir sugestões de peças, que eu as escreveria se me pedissem... Algumas pessoas começaram a pedir peças ou esquetes - geralmente adolescentes precisando de peças para a escola, como foi o caso do esquete “Laços (ou Herança) de Sangue” (2004) - e como eu estava sem fazer muita coisa na vida, havia perdido um de meus empregos (dava aula em duas escolas e perdi metade das horas que eu dava) e só trabalhava 12 horas por semana, sobrava tempo para esses pedidos eventuais...

Outro esquete dessa "época de escrever sob encomenda", foi "Meu nome é Jaberson" (2007). A idéia nasceu assim: um adolescente de 16 anos me escreveu no final de 2006 e pediu que eu escrevesse uma peça sobre a vida dele. Eu não sabia nada sobre a vida dele, por isso a princípio recusei escrever: como eu poderia escrever uma peça sobre alguém se as únicas informações que eu tinha sobre a pessoa eram o nome, o fato de ter terminado a escola recentemente? Alguns dias depois eu tive uma "faísca" e a peça foi escrita em poucos minutos e o Roberson (verdadeiro nome dele) adorou o esquete que segue sendo um dos meus textos mais representados por alunos em testes de teatro e disciplinas de cursos de Artes Dramáticas.

  Pelo final de 2005 eu comecei e engrenar novamente em minha vida profissional. Passei a ter mais turmas onde eu trabalhava como professor, conseqüentemente meu salário aumentou e meu tempo diminuiu e também comecei a fazer disciplinas do curso de Ciência da Computação (como aluno especial visando meu doutorado). Concomitantemente, para meu espanto, meus textos começaram a ser cada vez mais solicitados, principalmente depois que comecei a publicar os esquetes que fazia para as pessoas que haviam me pedido... Só para dar uma idéia: em 2006 e 2007 eu recebia um ou dois e-mails por semana por causa de minha página de teatro, alguns comentando que pretendem encenar algum de meus textos ou esquetes, outros pedindo para criar novos textos... Ficou inviável continuar escrevendo, só havia me sobrado tempo no final durante as férias escolares, então meu ritmo de criação diminuiu... Mas, enfim, meus textos ganharam um espaço próprio e vivem quase que independentes de mim!

 Parênteses: em 2006, após falha em usar a ouvidoria da PUC-RS para criticar o atendimento oferecido aos alunos do doutorado pelo CPD da instituição, meu requerimento de fazer nova matrícula foi recusado (além de ser “alertado” pelos diretores do curso que eu poderia sofrer um processo por difamação e calúnia. Ao novamente escrever para a ouvidoria relatando a atitude do diretor da faculdade, algo feito a frente de várias testemunhas, a pessoa encarregada respondeu apenas: “nossos professores não fazem isso”). Com isso, meu tempo disponível para escrever aumentou e pude me dedicar um pouco mais a esta arte, pelo menos até que eu seja convidado a fazer doutorado em alguma outra instituição. Meu interesse é a área de Inteligência Artificial e Educação, especificamente no tópico de vídeos inteligentes, um vídeo ou apresentação de conteúdo educativo capaz de detectar emocionalmente e cognitivamente quem o está assistindo e reagir de acordo. Já tenho a idéia e o conhecimento técnico para criar o protótipo, mas falta ainda alguém que me aceite como orientador...

 Mas, voltando a minha história:
 A partir do final de 2007 conheci o humor stand-up (Comédia STAND-UP é um texto de humor para ser "falado" diretamente para a platéia, sem personagens, sem maquiagem ou cenário) e comecei a criar como brincadeira alguns textos para "Stand-Up Comedy". Esse tipo de apresentação vinha surgindo em várias cidades do Brasil, com bares apresentando pequenos shows de até 15 minutos para cada comediante, mas, apesar de ser o tipo de texto que mais é acessado em minha página, pouca gente se interessa em representá-los (em comparação aos meus textos de teatro).

 Além das peças de teatro mantenho alguns blogs com poesias que escrevo de vez em quando para cada amor “conquistado” ou “perdido”... Mas pouca gente se interessa por essas poesias, pelo menos não do mesmo jeito que as peças de teatro... Além disso, tenho alguns vídeos feitos por mim (desenhos animados amadores "trash") e um deles, o vídeo "Lógica" (http://www.youtube.com/watch?v=3kUnxnbhDVg), apesar de não ser nem de perto meu melhor trabalho, em setembro de 2009 ultrapassou a contagem de 50 mil exibições no Youtube.

 Também em setembro de 2009 o livro com coletânea de meus monólogos é lançado em livro ("Stand-Up, Monólogos e Esquetes para um Ator Único") disponível (por enquanto) apenas pela Internet (www.euquefiz.com)

 Ainda oscilo entre fazer ou não meu doutorado em Computação ou entre investir ou não na minha carreira como escritor (profissionalizar-se ou não?) e pesam contra e a favor o fato de eu adorar dar aulas onde trabalho, adorar teatro, adorar programar, adorar os projetos de séries para TV que minha produtora adia por quae 20 anos e que deveriam ser levados adiante porque são muito bons. Somado a isso, minhas habilidades para a área de artes (pintura e escultura em arame) acabam sendo de tempos em tempos alvo de alguma dedicação e consomem meu tempo. Com tanta coisa para fazer, porque fazer apenas uma delas? Ao fazer tantas coisas ao mesmo tempo, como poderá ser possível ter sucesso em alguma delas?

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Alan, o Grande

 Há algumas semanas atrás, uma petição que já estava em 40 mil assinaturas exigia que o governo britânico reabilitasse a memória de um dos maiores cientistas ingleses, Alan Turing , o "pai da computação" e um dos fundadores da Inteligência Artificial. Turing morreu em 1954 em decorrência da pena imposta a ele por ser homossexual. Em setembro de 2009, com a petição ainda em andamento, o primeiro ministro Gordon Brown pediu desculpas formais ao tratamento humilhante imposto pelo governo britânico a Turing.
 Turing também é conhecido por ter criado a Máquina de Turing nos anos 30 do século XX (um dispositivo conceitual, teórico, a "máquina universal") e por ter proposto, em 1950, o teste de Turing.
 Talvez seja uma lenda, mas havia no século VIII A.C. um nó (chamado nó Górdio) que seria impossível desatar e assim foi por 500 anos. O oráculo da época havia previsto que quem conseguisse desatar o tal nó seria imperador e passou por lá um tal de Alexandre, que olhando o nó, puxou a espada, cortou o nó, provavelmente rindo e exclamando: "está desfeito o nó!". Alexandre virou "o grande" e ainda imperador de tudo o que havia para se conquistar de interessante na época.
 Nos anos 50 do século XX havia um debate sobre o que seria inteligência e se um computador poderia ou não ser inteligente. Turing puxou sua espada e de forma metafórica, através do "teste de Turing", declarou que não faz diferença se a inteligência artificial é mesmo inteligente, o que interessa para nós é se ela parece inteligente e resolve nossos problemas tão bem quanto alguém inteligente. Está desfeito o nó!


  Bom, não sei quanto ao ministro inglês, mas há muito tempo eu já bebia café (e agora chá) na minha caneca Alan Turing. Sim, eu tenho uma caneca gay (na foto)!
 Enquanto tudo isso acontece "lá", aqui, no Brasil, um governador de estado chama um ministro de (sic) "viado maconheiro"...


Vá ler mais a respeito! links:
http://napraticaateoriaeoutra.org/?p=4398

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Silício dos Inocentes

 Domingo. Eu estava dando uma lida no "Autor Desconhecido", de Vanessa Lampert, um dos meus blogs preferidos. Escolhi um post ao acaso e mostrei para minha filha, que estava próxima de mim, fazendo exercícios de química, um exemplo de autoria equivocada: o texto "QUASE", atribuído ao L. F. Veríssimo, é na verdade da blogueira Sarah Westphal...  Minha filha não deu muita atenção ao meu comentário, como é o esperado das filhas normais, então procuro o blog de Sarah Westphal e saio lendo alguns de seus textos de forma aleatória.
 Estou lendo um de seus posts, escolhido ao acaso, "Discurso de formatura do 3º ano" e lá ela cita um nome que me lembro de nunca ter ouvido falar... Quem será esse tal de Berzelius? Puxa, que saco, não gosto de deixar as coisas no ar, sem saber do que ou de quem estamos falando. M.!
 Minha filha interrompe minha irritação para perguntar sobre o número de elétrons da última camada do silício. Eu não sei o número de elétrons de nenhuma camada de nenhum elemento, então sou obrigado a enrolar um pouco enquanto digito no Google: "silício".
 - Espera um pouco filha, minha memória está voltando, silício, silício...
 Ela olha para mim e vê que eu estou pesquisando na Internet e ri da minha tentativa de trapaça.
 Eu aproveito para entrar num link escolhido ao acaso, claro... Eu devia saber! Não só descubro quantos elétrons a porcaria do Silício tem na última camada, como quem foi o cara que descobriu o Silício... Adivinha quem? Berzelius, claro.
 Tudo termina bem quando as coincidências coincidem. Amém!


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domingo, 20 de setembro de 2009

Bosta de elefante




Esses dias uma amiguinha virtual (a Pitty) entrou no MSN me disse que pensou em mim e riu muito... Imediatamente eu tive um "déjà vu" e perguntei: “por que, viu bosta de elefante?” Não, era apenas o meu vídeo com a Hannah Montana que ela tinha olhado e achado graça.
Mas já aconteceu. 20 anos atrás. Uma amiga (?) estava na África do Sul e viu bosta de elefante sendo vendida no mercado e lembrou de mim... Ok, não foi bem assim, deixa eu explicar: eles colocam pedacinhos de bosta de elefante africano dentro de esferas de acrílico e vendem para turistas, ela achou graça e comprou para me trazer de lembrança.
Eu gostei do presente. Eu gosto de ser lembrado. Mas alguém olhar "bosta de elefante" e lembrar de mim... Sei lá se é uma boa coisa. Mas o importante, no caso, é a associação mental que ela fez. Depois disso, eu sempre imagino que a recíproca seja verdadeira, quando alguém olha para mim, imediatamente deve pensar "bosta de elefante". Uau! Que erótico!


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