terça-feira, 20 de outubro de 2009

Técnica 6 – Metáforas e Metonímias


Resumindo exageradamente, a metáfora é uma comparação em que o termo de ligação foi extirpado. Por exemplo, “Maria é uma flor” na verdade significa “Maria é linda como uma flor” ou “Maria é linda tal qual uma flor”. Caso seja interpretada ao pé-da-letra, a metáfora gera uma situação cômica.
Exemplo - “fogo”
Texto:
Situação: alguém muito apaixonado.
Personagem 1 – Meu coração está pegando fogo!
Personagem 2 – Deixa comigo (pega um copo d’água e joga na pessoa)!

Para nós, metáforas são muito valiosas, pois permitem a criação proposital de ambigüidades.
O mesmo vale para a metonímia, que é parecida com a metáfora. Em “tomou o copo todo” o sujeito não tomou o copo, mas o líquido que estava dentro. A diferença “técnica” entre metáfora e metonímia não é importante para nós. Uma boa gramática, com muitos exemplos, pode ajudar a criar situações cômicas.

Pegue uma gramática ou livro escolar onde tenha exemplos de metáforas ou metonímias e vamos usar os exemplos.

Exemplo - metonímias
Texto 1:
Situação – Alguém foi ao museu e viu um quadro de Van Gogh
Personagem 1 - Eu fui à Europa e vi um Van Gogh!
Rolando - Nossa, pensei que ele estava morto!

Texto 2:
Personagem 1 – Precisamos agradar o patrocinador! O que vocês sabem sobre as Rosquinhas Blau-Blau?
Rolando – Ouvi dizer que são redondas com um buraco no meio!

Na pergunta do "personagem 1" há uma metáfora, porque estamos perguntando “O que você sabe sobre o fabricante das Rosquinhas Blau-Blau” e não sobre as rosquinhas em si.

O ser humano adora economizar palavras e podemos usar isso em favor do humor. Sempre que houver uma metáfora ou metonímia, é possível encontrar um segundo significado (embora nem sempre isso gere uma piada que preste - por isso estamos com este blog, mostrando técnicas baratas de fazer humor, mas em breve vamos mostrar técnicas mais refinadas, aguardem)!
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Refresco Integral de Abacaxi



http://www.youtube.com/watch?v=OS-TZLbNpYI

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Responda à Altura

 Uma das coisas que admiro nas pessoas é a capacidade de responder rápido ou reagir convenientemente às situações imprevistas... Se vc é uma pessoa de cérebro privilegiado, como a Jake estrela (exemplo - leia seus posts: NÃO ME SUBESTIME e I DO I DO I DO OU SALVA PELO GONGO!) não precisa se preocupar, mas eu tenho problemas. No meu caso, também respondo rápido, só que de forma nem sempre proporcional. Sou do tipo que usa um canhão para matar um mosquito a zoar nos ouvidos (sou bom em onomatopéias: sei que mosquitos não zoam, é claro que sei que os mosquitos zombam no seu ouvido). Para pessoas normais, aconselho a treinarem suas respostas rápidas para perguntas idiotas ("você conhece o mário?") ou de duplo sentido ("você pinta como eu pinto?") com o texto Guia de Resposta Para a Geração Pikachu do www.cocadaboa.com (ou outra versão modificada como a do http://horaderelaxar.com.br/2008/11/24/guia-definitivo-contra-piadas-babacas-da-escola/).
 Existem vários grupos que se especializaram em fazer jogos com improviso, "os improváveis" é um deles (Improvável é o show da Barbixas Cia de Humor), Z.É. Zenas Emprovisadas, outro, a maioria baseado no programa "Whose Line Is It Anyway")
 Para quem quer improvisar, seja por causa do stand-up ou seja para o teatro, tenho uns links legais na minha página em http://www.euquefiz.com/faq.htm sobre exercícios para teatro (improviso, aquecimento, voz e outros):

Exercícios e Jogos de Teatro
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=39884579
(Minha comunidade do Orkut)

Grupo Teatral Eclesia:
http://www.eclesia.e7.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=25&Itemid=65

Muitos exercícios interessantes, inclusive exercícios para voz:
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/arte/teatro-expressao.html

Improv Encyclopedia
http://improvencyclopedia.org/

livro completo online - em inglês
The Playbook
http://www.unexpectedproductions.org/living_playbook.htm

learnimprov.com
http://www.learnimprov.com/index.php
vários exercícios... em inglês

The Improv Wiki
http://greenlightwiki.com/improv/Exercises

"Whose Line Is It Anyway?"
http://www2.warnerbros.com/web/whoseline/index.jsp
- Veja exemplo no Youtube em: http://www.youtube.com/watch?v=6njzUHlvIo0

Bom proveito!

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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Lançado o primeiro livro brasileiro de Stand-Up - Léo Lins



 Quando digo "Lançado o primeiro livro brasileiro de Stand-Up" não estou falando de ter sido jogado o livro longe, mas que o mesmo está disponível nas livrarias (e se for ruim, em breve também em sebos).
Na "tinyurl" http://tinyurl.com/LeoLins você encontra o livro para vender, mas também pode ser encontrado na Livraria Cultura (inclusive pela Internet), o nome é "Notas de um comediante stand-up" (Categoria: Humor - Autor: Léo Lins). Eu já encomendei o meu, e vc?

http://tinyurl.com/LeoLins


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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vocês já leram a Jake hoje?




Estrella ou Estrela, a blogueira do "Engasgados - Meu minuto de revoltas" escreve bem pra caramba. Claro que tudo, na vida ou na leitura, é questão de gosto pessoal: eu adoro a simplicidade e a ingenuidade do Sr. Charles Bukowski, mas a maioria só enxerga obscenidades no que ele escreve. Questão de percepção de cada um. Tenho um aluno que me chama de Chinaski, mas não pelo que escrevo e sim pela quantidade de mulheres que ele imagina que eu tive! Só pra explicar: Bukowski era tão "loser" que vendeu os direitos de usar seu próprio nome em seus textos autobiográficos e teve de adotar o nome “Henry Chinaski” dentro dos livros... Não ser dono do próprio nome... Não é o máximo?

A percepção é algo pessoal, óbvio. Por exemplo: nem todo professor sabe, mas eu sei quando um aluno está trapaceando numa prova. Como minhas provas são à prova de "cola" ("prova à prova" é uma construção estranha, eu sei), a fraude sempre se confirma na correção, o aluno desonesto tira zero porque eu faço uma dúzia de provas diferentes e eles não sabem disso. Faço por pura diversão, nunca algum aluno meu tira menos do que a nota que precisa para ser aprovado. O que resta para mim, como professor? É ser cruel com os que não querem fazer a prova e optam por copiá-la de algum colega. "Todo professor é antes de tudo um sádico" é o milenar ditado chinês de minha autoria que mais repito.

Mas, voltando à percepção: Jake é mimada, uma mulher linda e adulta com cérebro de garotinha adolescente, se comportando como se o mundo devesse dar regalias a ela. Vive entre a depressão, a euforia e a baixa auto-estima, não acredita nem em elogios e nem em terapias. Então, assim como Bukowski era um perdedor (logo ele, o maior escritor de todas as Américas, para mim) legítimo, daqueles que bebem e ficam por aí, sem reconhecimento (até ficar velho e ser descoberto), Jake se comporta como se fosse também uma perdedora. Van Gogh não entra na comparação porque era maluco e gostava de cortar uma orelhinha de vez em quando e não era escritor. Mas, o principal, Van Gogh morreu (mas não por causa da orelha, caso não saibam) sem reconhecimento, coisa que não aconteceu com o velho Buk e que, provavelmente não deverá acontecer com a jovem Jak. Nenhum deles era ou são perdedores, mas ela se vê desse jeito, fazer o quê? Jake não é tão bêbada nem tão "loser" como gosta de fazer parecer e também não é tão sem reconhecimento, tem gente que acompanha o que ela escreve, mas é claro que ela não enxerga isso. Azar dela, sei lá. Se ela curte uma infelicidade, quem sou eu para interferir? Isso tem cura, é só ir se tratar se quiser. Mas se ela é feliz sendo infeliz, eu é que não tenho poder para mostrar a ela... De qualquer forma, o que importa, é que não pare de escrever!

Ok, deixa eu ver se eu me concentro e termino o que comecei: minha percepção faz com que eu veja nela a mulher perfeita - tem beleza e tem talento, ou seja, corpo e mente 100% desejáveis. Talvez apenas eu tenha a capacidade de detectar essa perfeição, não sei, mas sei que ela é incapaz de auto-reconhecimento e rejeita a visão que os outros têm sobre ela: ela não aceita elogios... Ela tem uma qualidade inacreditável, que eu invejo (e que tinha também o Bukowski) que é “a capacidade de escrever fácil”. Para quem lê, parece que eles pegaram um pedaço de papel e fizeram uma lista de compras, parece que não deu trabalho nenhum contar o que contaram. Claro que é uma percepção estranha, o leitor tem de achar que o texto é fácil de ler e não que foi fácil de escrever, mas é essa a impressão que passa. Eles podem ter levado, quem sabe, meses ou anos para escrever uma única linha, mas cada vez que leio eu visualizo eles escrevendo aquilo tudo de uma “maneira fácil”. Por isso os amo. Quantos textos já li em jornais, que deveriam ser apenas reportagens sobre fatos e que pareciam uma briga de um jornalista contra seu teclado? Muitos... Meninos, aprendam a escrever como ela! Se eu pudesse aprender, eu pagaria por isso.

Bom, eu não ia dizer nada disso, eu ia é falar do conteúdo do texto dela, o último (BORA BEBER, RAPÁ!!!), que é, como freqüentemente eram os textos de Henry Chinaski, referente à bebida (alcoólica, naturalmente). Quando ela for famosa e eu estiver assistindo ela dando entrevistas na televisão, vou comentar com as pessoas que conheço: “já conheci essa daí, fui até a cidade dela para beber com ela! Naquela ocasião bebi tanto que urinei nas calças ao tentar ir ao mictório, de tão podre que eu fiquei! Eu nunca tinha bebido tanto numa mesma noite! Quando voltei para o hotel, tive de descer do meu quarto duas vezes e pedir ajuda ao recepcionista para conseguir entrar no meu quarto, eu não conseguia abrir a porta, eu estava tão bebum que pensei em dormir no corredor do hotel, na frente da porta...”

Então, quando um texto dela disser que o álcool aproxima as pessoas, podem acreditar. Nem vem ao caso se é verdade ou não – apenas acreditem no que ela diz!



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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PMG encenado por Valdomiro Alves em "O Noticiarista"

Texto meu encenado em Brasilia (e não estou falando do automóvel)... "PMG" é um pequeno texto que criei e que foi utilizado junto com textos de diversos outros autores:



Waldomiro Alves encenando o texto PMG de Victor M. Sant'Anna, na Peça O Noticiarista, em Brasilia, da Cia Teatral En'Cena, de Produção da Actus Produções Imagens e Edição: M3 Produtora

 http://www.youtube.com/watch?v=jgDwRDW_6IU

Espetáculo "O Noticiarista - Comédias Cotidianas"

"A companhia teatral En’Cena, "O Noticiarista - Comédias Cotidianas" narra situações engraçadas do dia-a-dia, sob o olhar de um cronista fictício. Textos diversos foram utilizados na concepção do espetáculo, adaptados pela diretora Élia Cavalcante. A temática universal provoca grande empatia, a ponto de nos imaginar em situações semelhantes. É uma comédia, onde vinte atores se revezam, prometendo cumprir seu papel, que é entreter a platéia."
fonte - http://www.jornalalobrasilia.com.br/ultimas/?tipo=DIV&Desc=&IdNoticia=2748



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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mini Currículo - Já que pediram informações sobre mim, aí vai...

Meu nome é Victor Martins Sant’Anna, e nasci em Porto Alegre, 1962.

Como profissão, sou professor de Informática desde 1987 e nos últimos anos tenho dado aulas de Computação nos cursos de Administração e Ciências Contábeis da FAPA aqui em Porto Alegre. Possuo o título Bacharelado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1987) e mestrado em Ciência da Computação também pela PUC-RS (2000) na área de Inteligência Artificial. Tenho experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Programação de Jogos Educativos. Fui autor de programas educativos (mais de 60 títulos) entre 1990 e 1997. Parei de programar profissionalmente há mais de 10 anos, mas um de meus programas de computador, o “AlarmJ” (que fiz para minha namorada na época e que está disponível em http://prog.naotemnome.com/) recebeu recentemente, em 2009, uma menção “Editor’s Pick” da empresa Brothersoft, distribuidora internacional de programas.

Em 1986 me associei a alguns amigos e criamos uma produtora de vídeo (Spectrum Vídeo Digital de Porto Alegre) e ajudei a redigir o roteiro de vários vídeos premiados entre 1989 e 1993. Até hoje ajudo, de forma eventual, a supervisionar os textos criados nos vídeos artísticos, mas geralmente minha participação é mínima e consiste em reescrever os diálogos para torná-los mais “naturais”.

  Sobre teatro, sou apenas um escritor amador, não ganho absolutamente nada com o que escrevo e nunca fiz teatro profissional: sou apenas um amante do teatro.

 Eu comecei a fazer teatro amador em 1987 quando ainda estava no curso de Computação, nunca cheguei a encenar nada, participei de alguns grupos, fiz algumas oficinas, fiz isso até final de 1990. Nessa época escrevi alguns textos, mas ninguém que tenha lido (amigos) mostrou qualquer interesse. Foi num grupo desses que conheci a mãe de minha filha (fiquei casado com ela entre 1990 e 2000), parei de fazer teatro quando casamos, mas ela continuou e se formou em Artes Dramáticas pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Eu, como sempre gostei de teatro, comecei a escrever alguns textos de vez em quando apenas por prazer sem nem mostrar para ninguém, exceto ela. Após minha separação em 2000, meu contato com o teatro deixou de existir e, então, lá por 2002 resolvi voltar a escrever alguma coisa e colocar na Internet textos antigos, que já estavam nas gavetas há muito tempo e que, por não ter mais contato com pessoas de teatro ficariam mofando lá até serem esquecidos.

Um dos textos que saíram direto da gaveta para a Internet foi “Vocês viram meu cachorro”, que escrevi para tentar salvar meu casamento, em 1999. Eu fazia mestrado em Ciência da Computação, não tinha tempo para nada, meu casamento estava abalado pela minha falta de tempo e dinheiro. O texto foi escrito para suprir um desses problemas de última hora: quando o autor do texto “A História da Tigresa”(Dario Fo) resolveu cobrar direitos autorais (que antes não cobrava) sobre o texto que minha ex-esposa (Patricia Ragazzon) ensaiava, a peça dela teve de ser suspensa. Dario Fo ganhou o prêmo Nobel de Literatura e resolveu cobrar direitos autorais em dólar... US$ 4 mil, se não me engano. Aí eu criei o meu texto: num fim-de-semana de folga, escrevi o texto para ela, como uma declaração de amor (mas acabei me separando mesmo assim algum tempo depois - má notícia para quem é romântico: não se pode salvar um casamento de dez anos escrevendo uma peça de teatro. Para ser bem honesto, tenho de confessar que o texto “Vocês viram meu cachorro” foi baseado na interpretação que ela tinha dado ao texto do Dario Fo e que os fragmentos dos ensaios que eu assisti foram aproveitados para inspirar o que escrevi).

 A maioria desses textos era autobiográfica em parte ou totalmente: meu texto “O Buraco”, que foi um dos primeiros textos que coloquei na Internet (e que acabou sendo o ponto-de-partida para que eu escrevesse mais), trata da época de depressão após minha separação. Esta depressão durou vários anos e só começou a se dissipar justamente na época em que escrevi esta peça, foi uma válvula de escape, uma terapia. Nem era para ser uma peça de teatro, era para ser um desabafo, uma carta, mas na medida em que fui escrevendo e me libertando aos poucos da dor, comecei a vislumbrar as possibilidades do que eu escrevia como algo “teatral”. Em certo momento, já estava escrevendo tudo como uma peça e não mais como apenas um “desabafo”. Foi uma das minhas peças mais comentadas, embora muita gente goste dela, ninguém ainda mostrou interesse em levá-la aos palcos (as comédias acabam sendo as escolhidas)...

 Aos poucos fui colocando outros textos na minha página... A verdade é que fiz isso com muito receio de receber muitas críticas e esperava ficar "escondidinho" no meu cantinho. Eu estava tentando não despertar muita atenção para não parecer pretensioso... Eu queria mais era mostrar para os amigos, assim como eu já fazia com fotos na Internet, por exemplo, algo totalmente pessoal... Na época em que eu fazia teatro amador, as pessoas com que trabalhei (ou mesmo minha "ex"), nunca haviam dado muita atenção aos meus textos, então eu não tinha nenhuma pretensão quanto a eles e achei por bem já ir avisando que os textos eram "gratuitos". Assim ninguém ficaria constrangido em copiá-los, caso alguém chegasse a se interessar por eles!
 Fui adicionando outros textos que estavam perdidos em minhas gavetas: "Outro Feliz aniversário" (minha primeira peça escrita, de 1987) e outros textos da década de 80 e 90, nem estavam "digitados" - passei para o computador nessa época. Outros manuscritos (não terminados) eram apenas algumas anotações num caderno dos personagens que eu criava para divertir minha filha e a mãe dela quando eu ainda era casado (lá pela metade dos anos 90)... Esses escritos viraram "O(A) noivo(a) virtual do Dr. Viktor Frankeinstein" e, como dá para perceber, são apenas um monte de bobagens montadas em torno de dois personagens (que eu fazia os dois ao mesmo tempo, por sinal, era quase um monólogo de dupla personalidade improvisado). Quando eu achava engraçado o suficiente anotava num caderno as frases e trechos que eu lembrava... Quando tive minhas primeiras tentativas de encontro pela Internet lá por 2002 (dois anos após a separação da mãe de minha filha), o fracasso desses encontros me fez misturar os manuscritos reencontrados em uma gaveta com minhas experiências sentimentais mal-sucedidas numa peça só...

 Por volta do ano de 2003 meus textos começaram, aos poucos, a ser encontrados e encenados por grupos amadores de todo Brasil. Isso fez com que eu me dedicasse a escrever um pouco mais e, sempre que tivesse tempo, terminava um novo texto, geralmente algum esquete. Como gosto de escrever, os primeiros contatos eventuais depois que pus meus textos na Internet, uma vez a cada três ou quatro meses, mais ou menos, me inspiraram e me incentivaram a escrever novos textos...

  A partir de 2004 fiquei mais ousado e comecei a pedir sugestões de peças, que eu as escreveria se me pedissem... Algumas pessoas começaram a pedir peças ou esquetes - geralmente adolescentes precisando de peças para a escola, como foi o caso do esquete “Laços (ou Herança) de Sangue” (2004) - e como eu estava sem fazer muita coisa na vida, havia perdido um de meus empregos (dava aula em duas escolas e perdi metade das horas que eu dava) e só trabalhava 12 horas por semana, sobrava tempo para esses pedidos eventuais...

Outro esquete dessa "época de escrever sob encomenda", foi "Meu nome é Jaberson" (2007). A idéia nasceu assim: um adolescente de 16 anos me escreveu no final de 2006 e pediu que eu escrevesse uma peça sobre a vida dele. Eu não sabia nada sobre a vida dele, por isso a princípio recusei escrever: como eu poderia escrever uma peça sobre alguém se as únicas informações que eu tinha sobre a pessoa eram o nome, o fato de ter terminado a escola recentemente? Alguns dias depois eu tive uma "faísca" e a peça foi escrita em poucos minutos e o Roberson (verdadeiro nome dele) adorou o esquete que segue sendo um dos meus textos mais representados por alunos em testes de teatro e disciplinas de cursos de Artes Dramáticas.

  Pelo final de 2005 eu comecei e engrenar novamente em minha vida profissional. Passei a ter mais turmas onde eu trabalhava como professor, conseqüentemente meu salário aumentou e meu tempo diminuiu e também comecei a fazer disciplinas do curso de Ciência da Computação (como aluno especial visando meu doutorado). Concomitantemente, para meu espanto, meus textos começaram a ser cada vez mais solicitados, principalmente depois que comecei a publicar os esquetes que fazia para as pessoas que haviam me pedido... Só para dar uma idéia: em 2006 e 2007 eu recebia um ou dois e-mails por semana por causa de minha página de teatro, alguns comentando que pretendem encenar algum de meus textos ou esquetes, outros pedindo para criar novos textos... Ficou inviável continuar escrevendo, só havia me sobrado tempo no final durante as férias escolares, então meu ritmo de criação diminuiu... Mas, enfim, meus textos ganharam um espaço próprio e vivem quase que independentes de mim!

 Parênteses: em 2006, após falha em usar a ouvidoria da PUC-RS para criticar o atendimento oferecido aos alunos do doutorado pelo CPD da instituição, meu requerimento de fazer nova matrícula foi recusado (além de ser “alertado” pelos diretores do curso que eu poderia sofrer um processo por difamação e calúnia. Ao novamente escrever para a ouvidoria relatando a atitude do diretor da faculdade, algo feito a frente de várias testemunhas, a pessoa encarregada respondeu apenas: “nossos professores não fazem isso”). Com isso, meu tempo disponível para escrever aumentou e pude me dedicar um pouco mais a esta arte, pelo menos até que eu seja convidado a fazer doutorado em alguma outra instituição. Meu interesse é a área de Inteligência Artificial e Educação, especificamente no tópico de vídeos inteligentes, um vídeo ou apresentação de conteúdo educativo capaz de detectar emocionalmente e cognitivamente quem o está assistindo e reagir de acordo. Já tenho a idéia e o conhecimento técnico para criar o protótipo, mas falta ainda alguém que me aceite como orientador...

 Mas, voltando a minha história:
 A partir do final de 2007 conheci o humor stand-up (Comédia STAND-UP é um texto de humor para ser "falado" diretamente para a platéia, sem personagens, sem maquiagem ou cenário) e comecei a criar como brincadeira alguns textos para "Stand-Up Comedy". Esse tipo de apresentação vinha surgindo em várias cidades do Brasil, com bares apresentando pequenos shows de até 15 minutos para cada comediante, mas, apesar de ser o tipo de texto que mais é acessado em minha página, pouca gente se interessa em representá-los (em comparação aos meus textos de teatro).

 Além das peças de teatro mantenho alguns blogs com poesias que escrevo de vez em quando para cada amor “conquistado” ou “perdido”... Mas pouca gente se interessa por essas poesias, pelo menos não do mesmo jeito que as peças de teatro... Além disso, tenho alguns vídeos feitos por mim (desenhos animados amadores "trash") e um deles, o vídeo "Lógica" (http://www.youtube.com/watch?v=3kUnxnbhDVg), apesar de não ser nem de perto meu melhor trabalho, em setembro de 2009 ultrapassou a contagem de 50 mil exibições no Youtube.

 Também em setembro de 2009 o livro com coletânea de meus monólogos é lançado em livro ("Stand-Up, Monólogos e Esquetes para um Ator Único") disponível (por enquanto) apenas pela Internet (www.euquefiz.com)

 Ainda oscilo entre fazer ou não meu doutorado em Computação ou entre investir ou não na minha carreira como escritor (profissionalizar-se ou não?) e pesam contra e a favor o fato de eu adorar dar aulas onde trabalho, adorar teatro, adorar programar, adorar os projetos de séries para TV que minha produtora adia por quae 20 anos e que deveriam ser levados adiante porque são muito bons. Somado a isso, minhas habilidades para a área de artes (pintura e escultura em arame) acabam sendo de tempos em tempos alvo de alguma dedicação e consomem meu tempo. Com tanta coisa para fazer, porque fazer apenas uma delas? Ao fazer tantas coisas ao mesmo tempo, como poderá ser possível ter sucesso em alguma delas?

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Alan, o Grande

 Há algumas semanas atrás, uma petição que já estava em 40 mil assinaturas exigia que o governo britânico reabilitasse a memória de um dos maiores cientistas ingleses, Alan Turing , o "pai da computação" e um dos fundadores da Inteligência Artificial. Turing morreu em 1954 em decorrência da pena imposta a ele por ser homossexual. Em setembro de 2009, com a petição ainda em andamento, o primeiro ministro Gordon Brown pediu desculpas formais ao tratamento humilhante imposto pelo governo britânico a Turing.
 Turing também é conhecido por ter criado a Máquina de Turing nos anos 30 do século XX (um dispositivo conceitual, teórico, a "máquina universal") e por ter proposto, em 1950, o teste de Turing.
 Talvez seja uma lenda, mas havia no século VIII A.C. um nó (chamado nó Górdio) que seria impossível desatar e assim foi por 500 anos. O oráculo da época havia previsto que quem conseguisse desatar o tal nó seria imperador e passou por lá um tal de Alexandre, que olhando o nó, puxou a espada, cortou o nó, provavelmente rindo e exclamando: "está desfeito o nó!". Alexandre virou "o grande" e ainda imperador de tudo o que havia para se conquistar de interessante na época.
 Nos anos 50 do século XX havia um debate sobre o que seria inteligência e se um computador poderia ou não ser inteligente. Turing puxou sua espada e de forma metafórica, através do "teste de Turing", declarou que não faz diferença se a inteligência artificial é mesmo inteligente, o que interessa para nós é se ela parece inteligente e resolve nossos problemas tão bem quanto alguém inteligente. Está desfeito o nó!


  Bom, não sei quanto ao ministro inglês, mas há muito tempo eu já bebia café (e agora chá) na minha caneca Alan Turing. Sim, eu tenho uma caneca gay (na foto)!
 Enquanto tudo isso acontece "lá", aqui, no Brasil, um governador de estado chama um ministro de (sic) "viado maconheiro"...


Vá ler mais a respeito! links:
http://napraticaateoriaeoutra.org/?p=4398

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Silício dos Inocentes

 Domingo. Eu estava dando uma lida no "Autor Desconhecido", de Vanessa Lampert, um dos meus blogs preferidos. Escolhi um post ao acaso e mostrei para minha filha, que estava próxima de mim, fazendo exercícios de química, um exemplo de autoria equivocada: o texto "QUASE", atribuído ao L. F. Veríssimo, é na verdade da blogueira Sarah Westphal...  Minha filha não deu muita atenção ao meu comentário, como é o esperado das filhas normais, então procuro o blog de Sarah Westphal e saio lendo alguns de seus textos de forma aleatória.
 Estou lendo um de seus posts, escolhido ao acaso, "Discurso de formatura do 3º ano" e lá ela cita um nome que me lembro de nunca ter ouvido falar... Quem será esse tal de Berzelius? Puxa, que saco, não gosto de deixar as coisas no ar, sem saber do que ou de quem estamos falando. M.!
 Minha filha interrompe minha irritação para perguntar sobre o número de elétrons da última camada do silício. Eu não sei o número de elétrons de nenhuma camada de nenhum elemento, então sou obrigado a enrolar um pouco enquanto digito no Google: "silício".
 - Espera um pouco filha, minha memória está voltando, silício, silício...
 Ela olha para mim e vê que eu estou pesquisando na Internet e ri da minha tentativa de trapaça.
 Eu aproveito para entrar num link escolhido ao acaso, claro... Eu devia saber! Não só descubro quantos elétrons a porcaria do Silício tem na última camada, como quem foi o cara que descobriu o Silício... Adivinha quem? Berzelius, claro.
 Tudo termina bem quando as coincidências coincidem. Amém!


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domingo, 20 de setembro de 2009

Bosta de elefante




Esses dias uma amiguinha virtual (a Pitty) entrou no MSN me disse que pensou em mim e riu muito... Imediatamente eu tive um "déjà vu" e perguntei: “por que, viu bosta de elefante?” Não, era apenas o meu vídeo com a Hannah Montana que ela tinha olhado e achado graça.
Mas já aconteceu. 20 anos atrás. Uma amiga (?) estava na África do Sul e viu bosta de elefante sendo vendida no mercado e lembrou de mim... Ok, não foi bem assim, deixa eu explicar: eles colocam pedacinhos de bosta de elefante africano dentro de esferas de acrílico e vendem para turistas, ela achou graça e comprou para me trazer de lembrança.
Eu gostei do presente. Eu gosto de ser lembrado. Mas alguém olhar "bosta de elefante" e lembrar de mim... Sei lá se é uma boa coisa. Mas o importante, no caso, é a associação mental que ela fez. Depois disso, eu sempre imagino que a recíproca seja verdadeira, quando alguém olha para mim, imediatamente deve pensar "bosta de elefante". Uau! Que erótico!


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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Humor é um ato de agressão

Texto (trecho) retirado do site http://hypescience.com
Segundo Helga Kotthoff, da Universidade Frieburg, Alemanha, o humor é um ato de agressão, pois fazer o outro rir confere um grau de controle que pessoas dominantes exploram para mostrar que estão no comando:  “Manifestar humor significa ter o controle da situação daqueles que estão em uma hierarquia mais elevada”.
De acordo com Helga, comédia e sátira são baseados na agressividade: “Até 1960 não era elegante para uma mulher ser engraçada. Mas até agora mulheres preferem contar piadas às suas custas e homens preferem contar piadas às custas dos outros”.
texto completo em: http://hypescience.com/20521-humor-e-um-ato-de-agressao/
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sábado, 15 de agosto de 2009

Comédia in Cena: De: quatro Para:você

o meu texto "Operação de Separação Entre Um e Outro Coração" foi encenado e um trechinho de 1 minuto e meio da esquete foi disponibilizada no Youtube... (Comédia in Cena: De: quatro Para:você)
 
http://www.youtube.com/watch?v=cbMD70VH1tw
 
Obrigado ao Luiz Antonio Correa dos Santos 

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sexta-feira, 31 de julho de 2009

www.desvendandoteatro.com

Olha, fuçando um pouco também encontrei uma página muito boa sobre construção de textos para teatro, não é sobre humor, mas em  www.desvendandoteatro.com tem um link (na seção downloads) para baixar um arquivo com dicas sobre criação de textos para teatro... dei uma lida e recomendo!

Meus textos para teatro e stand-up estão em:

www.euquefiz.com

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Por que é mais fácil lembrar de piadas ruins?

Por que é mais fácil lembrar de piadas ruins?

http://hypescience.com/por-que-e-mais-facil-lembrar-de-piadas-ruins/

De acordo com uma pesquisa, piadas boas geralmente revertem padrões para surpreender, são coisas novas. Por isso é mais difícil lembrar delas. Um final surpreendente nos faz lembrar a “frase de efeito”, aquela que torna a piada engraçada, mas nos esquecemos do “caminho” até ela.

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terça-feira, 24 de março de 2009

Todas as piadas podem se encaixar em 8 categorias

Todas as piadas podem se encaixar em 8 categorias - http://hypescience.com/todas-as-piadas-podem-se-encaixar-em-oito-categorias/
Segundo o artigo do link acima:
De acordo com um pesquisador, que diz ter achado “a chave” para ser engraçado, só existem oito maneiras de fazer uma pessoa rir.
Alastair Clarke é um estudioso britânico evolucionário, identificou oito “padrões” em todas as piadas, não importa o assunto delas nem em que parte do mundo elas sejam contadas.
Ainda, segundo a artigo:
Para Clarke, o cérebro, de forma subconsciente, procura os padrões e, quando os encontra, é recompensado. “Algumas vezes apenas um padrão é suficiente para causar a risada, mas eles podem ser combinados, abrindo mais ainda as possibilidades do riso” diz o pesquisador.

Os padrões incluem:
- Repetição positiva – causada por trocadilhos e pelo tamanho exagerado de narizes, orelhas e outras características em caricaturas, por exemplo.
- Qualificação – quando palavras são ditas de forma inesperada e diferente, como o sotaque do Inspetor Clouseau no filme “A pantera cor-de-rosa”.
- “Recontextualização” qualitativa – quando algo que você conhece é mudado. Por exemplo, quando você ri do novo corte de cabelo de alguém.
- Aplicação – padrão das palavras com duplo sentido.
- Preenchimento – quando você preenche os vazios, assumindo possíveis situações.
- Divisão – quando a piada é contada por mais de uma pessoa.
- Oposição – onde se encaixam a ironia e o sarcasmo.

O pesquisador afirma que suas descobertas podem servir de guia para comediantes e ajudar na confecção de roteiros de comédias. A dica mais importante, para Clark, é que o assunto do comediante deve ser interessante para seu interlocutor.

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quinta-feira, 12 de março de 2009

discutindo humor...

você se acha superior a média sobre o que é ou não engraçado? Então, você, provavelmente está errado!
Visto do ponto científico, pessoas que acham que sabem mais do que os outros sobre humor, na verdade são as que sabem menos, conforme pesquisa científica (Unskilled and Unaware of It: How Difficulties in Recognizing One's Own Incompetence Lead to Inflated Self-Assessments) encontrada em...

http://www.apa.org/journals/features/psp7761121.pdf

( comentada de forma mais "light" em http://www.damninteresting.com/?p=406 )
Então, para que discutir, né?
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terça-feira, 10 de março de 2009

Volta de Ronaldo, Corinthians x Palmeiras

Pois é, Ronaldo voltou e fez gol...

Teve ajuda do juiz, que disse que só terminaria o jogo qdo o Ronaldo fizesse um gol... Por isso foi aos 47 do segundo...
...
Ronaldo estava cheio de gás... subiu mais alto que o Marcão, passou por cima das placas de propaganda, subiu até no alambrado!
...
Ronaldo, cheio de gás, é "o balão Voador"... Se tivesse voltado ao Brasil antes, podia ter ajudado nas buscas do "padre voador"...

Antes que ele saia voando, seria bom amarrar uma cordinha

O cara tava tão "aéreo", subindo tanto, que se tivesse jogando no gol, não fazia a bobagem daquele goleiro do timão, que pensou que tinha o mesmo gás do Ronaldo pra pular e pegar a bola, errou feio e deixou a bola passar por cima...

Pior que, aquele volume do Ronaldo, aquele gás todo, é gás gerado por algo algo podre, alguma banana errada que ele andou comendo pensando que era outra coisa... Não acendam nenhum fósforo perto dele, ele pode explodir e matar metade dos jogadores...

No mais, pelas preferências do Ronaldo, quando o São Paulo jogar conra o Corinthians, o Richarlison que se cuide!!!

Aquele alambrado foi construído para segurar centenas de torcedores sem problemas, mas ninguém imaginou que teria de aguentar o peso de uma baleia... Quebrou tudo! 

Deu no jornal, havia a possibilidade de um asteróide se chocar na Terra... Mas o pulo do Ronaldo fez o planeta desviar milhares de kms da rota e estamos salvos!

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Técnica 5 - Trocadilhos


Segundo a wikipédia

Paronomásia é o emprego de palavras parônimas (com sonoridade semelhante) numa mesma frase, fenômeno que é popularmente conhecido como trocadilho. Os trocadilhos constituem um dos recursos retóricos mais utilizados em discursos humorísticos. Resulta sempre da semelhança fonética ou sintática de dois enunciados cuja conjunção, comparação ou subentendido (enunciado elíptico, não referido diretamente) cria um efeito inesperado, intencional ou não. Os trocadilhos mais freqüentes são cacofonias em que uma determinada palavra é pronunciada de forma a parecer outra, geralmente com intenção humorística, maliciosa, obscena e/ou grosseira.

Os “trocadilhos” - quase todos - são baseados em cacófatos. Cacófatos? O que será essa coisa? "Cacófatos são expressões que formam, através da combinação de duas palavras, uma construção que sonoramente lembra outras palavras". (exemplo “uma mão” pode ser interpretado como “um mamão”).

Os trocadilhos estão ligados ao som que uma palavra faz ao ser enunciada.
 Existem trocadilhos baseados em nomes como “O Ringo nao Star, foi Paul McArtney no correio. O John? Tá Lennon” e o clássico trocadilho baseado em nomes dos astros de outrora “Deborah Kerr” e “Gregory Peck”: “A Deborah Kerr que o Gregory Peck” (“A Débora quer que o Gregory peque”).

Exemplo – trocadilhos com nomes

Texto (outros exemplos horríveis):
P.: Qual a atriz de Hollywood que tem múltiplas personalidades?
R.: Uma turma! (Uma Thurman)
P.: O que aconteceu com o Mickey quando viu a Minie saindo com o Pateta?
R.: Ficou Pluto.
P.: O que pensaram os outros convidados quando viram o Zangado chegar na festa?
R.: Ah, não!

Existem, mais comumente trocadilhos com coisas mundanas. Alguns clássicos da Internet incluem “meu gato morreu em miados do ano passado”, “a fita é virgem porque o gravador é estéreo” (tão velha que é do tempo do gravador cassete), “O que são dois pontos pretos no microscópio? Uma blacktéria e um pretozoário.” e “CERVEJA como são as coisas. Você não me CONHAQUE, não sabe de onde eu VINHO, por isso não me CAMPARI com qualquer RUM”.

Normalmente esta é considerada a forma mais “vagabunda” de humor, ou seja, se encaixa em nosso texto perfeitamente... Sempre parecem um pouco forçados e coisas de adolescentes metidos a engraçadinhos, mas se você gosta, vá em frente e faça o que quiser...
Não tem uma fórmula para achar trocadilhos, tem de ficar brincando com o som das palavras até obter alguma coisa... Que não preste.

Exemplo – trocadilhos com palavras

Texto (outros exemplos horríveis, da minha coleção de piadas horríveis):
Pergunta: porque o programador foi dispensado pelo médico?
R.: porque chegou ao trabalho “computador” (com puta dor).
Pergunta: por que o motoqueiro foi despedido?
R.: porque não estava capacetado para o trabalho!
Pergunta: por que o empregado que insistia em se vestir de forma inapropriada foi despedido?
R.: por justa calça.
Pergunta: O que o oftalmologista disse para o enfermeiro que trouxe o tônico de cor errada?
R.: Dá o tônico! (daltônico)

Podemos usar os trocadilhos com a mesma técnica que estávamos usando antes, como descrito em palavras internas

Exemplo protocolo
Personagem 1 – (segurando um bebê) É tua responsabilidade! Esta criança irá contigo!
Personagem 2 – Protocolo?
Personagem 1 – Pro teu colo!

Bom, mais um exemplo de trocadilho é o nome do meu canal no Youtube: "Humor Tal Que Morre de Rir"
(meus textos para teatro e stand-up estão em:www.textosteatro.com.br - textosteatro @ gmail.com)



terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Técnica 4 - Palavras internas
Palavras internas em palavras normais
Embora dê trabalho procurá-los, expressões ou palavras inteiras podem ser encontradas dentro de uma só palavra. Estes “trocadilhos” freqüentemente rendem piadas muito ruins, mas podem ser apreciados por algum tipo de público - provavelmente algum tipo de cérebro degenerado... Sei lá. Então o negócio é abrir o dicionário e tentar descobrir palavras ou frases dentro de outras palavras...
Exemplo - “compreendia”
Compreendia contém a palavra “dia” embora não exista a expressão “compre em dia” o que seria o ideal... Podemos forçar um pouco, se eu imaginar que foi falado rapidamente ou que um dos personagens não compreendeu bem o que o outro disse, posso usar isso do jeito abaixo...

Texto:
Personagem 1 – Meu tio estava em coma, então eu comprei uma TV para ele, mas acho que ele não...
Personagem 2 – Compreendia?
Personagem 1 – Não, comprei à noite!

Nem sempre precisamos de uma frase ou expressão inteira ou com sentido dentro de uma palavra, veja o exemplo abaixo.

Exemplo - “demolir”
No gerúndio, “demolindo” contém sílabas que formam palavras como “demo” e “lindo”. Para um personagem como rolando, que além de um pouco limitado é convencido, basta ouvir a palavra “lindo”
Texto:
Situação – Rolando está tentando consertar alguma de forma desajeitada
Personagem 1 – Rolando! Você está demolindo!
Rolando – Ah, obrigado, meu amor!

Exemplo - “mirabolante”
Texto:
Personagem 1 – Fiquei muitos anos tentando inventar um novo tipo de arma... Finalmente, hoje, tive uma idéia!
Personagem 1 – Mirabolante?
Personagem 1 – Não... Mira telescópica!
Exemplo - “menosprezado”
Texto:
Personagem 1 – Troquei de emprego... Onde trabalhava eu não era valorizado!
Personagem 1 – Menosprezado?
Personagem 1 – Não... Menos dinheiro!

Palavras internas em palavras compostas
Como é meio complicado encontrar palavras que contenham palavras internas, uma das possibilidades é usar palavras compostas (“pára-quedas”, "pôr-do-sol", "mula-sem-cabeça", "pé-de-moleque", etc.), mas o resultado pode ficar um pouco ainda pior do que já estamos acostumados

Exemplo - “Porquinho-da-índia”

Texto:
Personagem 1 – Comprei um animalzinho de estimação para mim!
Personagem 2 – Um porquinho-da-índia?
Personagem 1 – Não, do Shopping

Exemplo - “irmã de caridade”

Texto:
Personagem 1 – Há uma freira na minha família!
Personagem 2 – Irmã de caridade?
Personagem 1 – Não, biológica mesmo!

Como sempre, a parte difícil é criar uma situação ou frase inicial que possa ser respondida logicamente pelas duas respostas que a sucedem. Quanto mais lógica puder ser a resposta, melhor!

Palavras que podem render alguma piada: “abaixo-assinado”, “abelha-africana”, “abre-alas”, “água-furtada”, “água-marinha”, “água-viva”, “alta-costura”, “alta-fidelidade”, “alto-falante”, “alto-relevo”, “ama-seca”, “amor-perfeito”, “ano-novo”, “após-guerra”, “arco-íris”, “arranca-rabo”, “arte-final”, “baixo-astral”, “banho-maria”, “barra-pesada”, “bate-boca”, “bate-bola”, “bate-papo”, “bicho-carpinteiro”, “boa-pinta”, “boca-livre”, “caça-níqueis”, “café-concerto”, “caixa-d’água”, “caixa-forte”, “caixa-preta”, “casca-grossa”, “cavalo-marinho”, “cheiro-verde”, “conta-gotas”, “criado-mudo”, “criança-problema”, “cristão-novo”, “curta-metragem”, “curto circuito”, “custo-benefício; “dedo-duro”, “elemento-surpresa”, “furta-cor”, “galinha-d’angola”, “goma-arábica”, “guarda-costas”, “guarda-pó”, “homem-rã”, “lugar-comum”, “macaco-prego”, “manga-rosa”, “mão-aberta”, “mão-leve”, “meia-calça”, “meia-idade”, “meias-verdades”, “relações-públicas”, “salto-mortal”, “salva-vidas”, “samba-canção”, etc.

Exemplo - “alto-falante”
Texto:
Personagem 1 – Meu irmão trabalha com “sonorização”!
Personagem 2 – Alto-falante?
Personagem 1 – Não, baixinho e tímido!

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sobre este meu blog...

Na verdade eu escrevia textos para teatro na minha página ( www.euquefiz.com ) e comecei a me interessar um pouco mais por humor, acabei conhecendo o stand-up pelo Youtube e resolvi criar alguns textos em 2007... Gostei do resultado e comprei vários livros sobre o assunto. Ao mesmo tempo, algumas pessoas que já faziam stand-up me contactaram pedindo textos e dicas...

- Judy Carter - The Comedy Bible (from stand-up to sitcom - the comedy writer's ultimate how-to guide) É um dos melhores dos que já comprei em relação a stand-up, mas tem um problema, é baseado nos workshops que a autora dava (ou dá, sei lá) nos EUA, então o livro parece mais uma apostila de exercícios do que um livro de verdade, mas tem ótimas dicas tanto para escrever quanto para interpretar (se é que dá para dizer assim) stand-up. Outro problema é que ela utiliza uma "fórmula" de stand-up para os textos criados que apesar de facilitar a criação achei um pouco "forçada" e que pode ficar um pouco artificial, stand-up acaba sendo para ela sempre uma repetição desta fórmula e não explica como construir uma piada (setup + punchline).

- Judy Carter - Stand-up Comedy - the book é o livro mais antigo dela, explica como se constrói as piadas de stand-up

- Greg Dean - STEP BY STEP to Stand-UP Comedy - foi o primeiro que li, talvez por isso o que gostei mais (desses dois mais voltados para o stand-up), mas não sei dizer se é melhor que o da Judy Carter. Também utiliza uma fórmula parecida para desenvolver as piadas de stand-up e vai construindo aos poucos um texto completo, mostrando como fazer isso. Simples, mas eficiente (por ter menos páginas, talvez, evita as repetições), porém não muito completo, eu diria.

- Edgar Willis - How to Be Funny on Purpose - ensina (ou tenta explicar) porque as piadas são engraçadas, não é voltado para stand-up, mas para redação de paidas propriamente ditas, com centenas de piadas (para o meu gosto é redundante, tem piadas demais e as explicações são sempre as mesmas). Lendo o livro e sua enorme coleção de piadas de exemplo é que a gente descobre que as piadas que ouvimos todo dia eram piadas velhas recontadas... Mas não deixa de ser um bom livro.

- John Vorhaus - The Comic Toolbox: How to Be Funny Even If You're Not - pra mim que escrevo esquetes e textos para teatro este foi um dos livros mais interessantes, pois tem exercícios práticos de como escrever histórias (roteiros) engraçadas, a criação de personagens, criação de situações cômicas além de uma que outra dica sobre a criação de piadas. Este livro tem um ou dois capítulos inteiros na página do autor em http://vorza.com/comic_throughline.html (que foi o que fez me interessar por comprar o livro além de outro que ainda não li sobre "criatividade" para autores: CREATIVITY RULES! A WRITER'S WORKBOOK)

- Brad Schreiber - What are You Laughing at?: How to Write Funny Screenplays, Stories, and More
Não achei muito bom, mas explica muita coisa sobre como escrever textos de humor e criação de piadas, embora perca muito tempo mostrando onde textos de humor podem ser usados e em como escrever roteiros (algo que outros livros específicos sobre roteiros fazem melhor)

- Gene Perret - The New Comedy writing step by step - é mais para escrever comédias (seriados ou esquetes) do que stand-up, mas tem sua valia

- Jerry Seinfeld - O melhor livro sobre nada - o texto desse livro são quase textos de stand-up, ele não ensina nada sobre como fazer, mas serve de inspiração para quem gosta do estilo Seinfeld.

- The Eight Characters of Comedy: A Guide to Sitcom Acting And Writing - muito bom para construção de personagens cômicos, mas não tem nada a ver com stand-up

- Writing the Romantic Comedy - apesar de ser voltado para a "comédia romântica", para quem quer escrever roteiros de "comédia pura" este é um ótimo livro, apesar de não falar muito sobre como criar humor.

(Esses são os que tenho que tem um pouco a ver com humor, tenho mais meia dúzia pelo menos, sobre escrever roteiros/filmes/teatro/livros, etc.)

Bom, descobri, lendo estes livros durante o ano de 2008 que meus textos estavam todos "errados", já que não utilizavam a fórmula consagrada de stand-up que é falar de um assunto curioso ("SETUP") e fechar com uma piada ("PUNCH") como por exemplo na piada (de Carol Leifer stand-up comic, escritora/produtora do "Seinfeld", citada por Judy Carter em seu livro):
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  Setup: Sexo, quando você está casado, é como ir a un 7-eleven...[*]
  Punch: Não tem muita variedade, mas as 3 da madrugada, está sempre lá.
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[*] equivalente americano ao A.M.-P.M., aquelas lojinhas de posto de gasolina que ficam abertass a noite toda

Bom, continuando, eu nunca tinha escrito (muito menos feito) stand-up, então tem de dar um desconto, na verdade eu nunca assisti (a não ser trechos pela Internet) stand-up! Meus textos como podem ser vistos lá, eram apenas situações engraçadas contadas sem os "socos" que liberam o riso...


Mas, complementado:
A idéia por trás de qualquer piada, segundo Greg Dean, é
                                       expectativa + surpresa
o "setup" cria a expectativa (parte não engraçada), o "punch" revela a surpresa (parte engraçada)

Importante: segundo Judy Carter em "The Comedy Bible" (pag 173), TOPIC RULE #2:
Não pegue assuntos esquisitos, mas tenha opiniões próprias (únicas) sobre assuntos comuns. Segundo ela, novatos freqüentemente pegam coisas esquisitas (engraçadass em si mesmas) para comentar. O correto seria pegar assuntos que todos estejam comentando e mostrar uma visão "diferente" sobre aquele assunto.

Isto é, não faça como eu, não participe da comunidade "Notícias e Manchetes Bizarras"
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=527643
(que, por sinal, é muito engraçada)

UMA COISA MUITO IMPORTANTE é que o stand-up nacional, apesar de ser "inspirado" no americano É DIFERENTE. Portanto, não se apegue tanto aos livros e teoria, pois são todos baseados nos stand-ups de sucesso, mas americanos! Estude os caras que fazem sucesso AQUI, porque é mais garantido, ao invés de simplesmente seguir cegamente conselhos de livros...


Stand-up, Monólogos e Esquetes para um Ator Único


Stand-up, Monólogos e Esquetes para um Ator Único
http://www.clubedeautores.com.br/book/5251--Standup_Monologos_e_Esquetes_para_um_Ator_Unico


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as melhores piadas do mundo são...

Tirado da wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Piada
O senso de humor varia em cada cultura. O que é engraçado para um povo pode não ser para outro. Um estudo da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, versou sobre o assunto em 2004, objetivando colher opiniões através da internet para se descobrir qual seria "a melhor piada do mundo".[http://www.laughlab.co.uk/]

Através do resultado dessa pesquisa, observou-se o quanto a cultura local influencia no "senso de humor" de cada povo. Os britânicos demonstraram gostar mais de trocadilhos, enquanto franceses e alemães costumavam optar por piadas que tendiam ao nonsense. Já os estado-unidenses preferiam piadas sobre assuntos locais.

Contudo, algumas características foram independentes do país. Homens, de uma maneira geral, demonstraram gostar de piadas que envolvessem sexo e preconceito, enquanto as mulheres não gostavam desse tipo de conteúdo. Como a pesquisa só possui até o momento dados de Estados Unidos, Canadá e Europa, não há análise sobre as preferências dos ibero-americanos.

Piadas "premiadas" pela pesquisa

As duas piadas consideradas por esse estudo como "as melhores do mundo" são as seguintes (http://www.laughlab.co.uk/):

1º lugar - Caçador abatido
Dois caçadores caminham na floresta quando um deles, subitamente, cai no chão com os olhos revirados. Não parece estar respirando.
O outro caçador pega o celular, liga para o serviço de emergência e diz: "Meu amigo morreu! O que eu faço?". :Com voz pausada, o atendente explica: "Mantenha a calma. A primeira coisa a fazer é ter certeza de que ele está morto".
Vem um silêncio. Logo depois, se ouve um tiro.
A voz do caçador volta à linha. Ele diz: "OK. E agora?".

2º lugar - A dedução de Watson
Sherlock Holmes e o doutor Watson vão acampar. Após um bom jantar e uma garrafa de vinho, entram nos sacos de dormir e caem no sono.
Algumas horas depois, Holmes acorda e sacode o amigo.
_"Watson, olhe para o céu estrelado. O que você deduz disso?".
Depois de ponderar um pouco, Watson diz:
"Bem, astronomicamente, estimo que existam milhões de galáxias e potencialmente bilhões de planetas. Astrologicamente, posso dizer que Saturno está em Câncer. Também dá para supor, pela posição das estrelas, que são cerca de 3h15 da madrugada… O que você me diz, Holmes?".
Sherlock responde: "Elementar, Watson, seu idiota! Alguém roubou nossa barraca!


Stand-up, Monólogos e Esquetes para um Ator Único


Stand-up, Monólogos e Esquetes para um Ator Único
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mais de um terço ri de piada sem graça

retirado de:
http://hypescience.com/um-terco-das-pessoas-ri-de-piadas-sem-raca/
O Doutora Nancy Bell, professor assistente de Inglês da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, convenceu alguns amigos a contarem sua piada para cerca de 200 pessoas. Depois, ele contabilizou as reações das pessoas à anedota e chegou à conclusão de que rimos de piadas talvez pelo fato de ela não ter graça mesmo.

Os resultados foram os seguintes: 37% das pessoas riram; a segunda reação mais comum foi responder com um pequeno aceno de cabeça, de forma negativa.

Também foram registradas reações como um comentário insosso do tipo “Legal…”, ou uma pequena virada de olhos para o teto, ou até um grunhido de desaprovação.

Segundo a Dra. Bell, as pessoas mais próximas ao contador de piadas, como amigos ou parentes, sentem-se mais à vontade para não rir, ou criticar a piada. Já desconhecidos, tendem a rir para evitar situações desconfortáveis, ou seja, riem por respeito ao potencial amigo.

Para o professor Richard Wiseman, psicólogo da Universidade de Hertfordshire, a risada é uma reação à surpresa, pois não esperamos ouvir uma piada tão sem graça.
(não coloquei tudo leia o resto no original)
Esta pesquisa é importante, porque às vezes, com textos ruins, podemos fazer o público rir, podendo acontecer deles nem terem gostado de verdade...

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domingo, 25 de janeiro de 2009

Técnica 3 – rimas

Técnica 3 – palavras de fim semelhante - rimas
Como é relativamente fácil encontrar dicionários de rimas na Internet, uma das técnicas baseadas na técnica anterior é usar palavras que rimam. De preferência com a mesma métrica e com palavras com muitas de sílabas para funcionar melhor.
Exemplo - “margarina” e “aspirina”
Texto:
Personagem 1 – Estou com dor-de-cabeça! Comi muita gordura!
Personagem 2 – Aspirina?
Personagem 1 – Não, margarina!

Exemplo - “urgente” e “agente”
Texto:
Personagem 1 – alguém ligou e queria o telefone do diretor
Personagem 2 – Era o agente?
Personagem 1 – Não, era urgente...

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Pleonasmo (wikipedia) - Técnica VII (sete p/ os romanos)

Esse texto eu tirei da wikipedia, faz parte da minha idéia de explorar os problemas da linguagem para obter humor "fácil". Basta procurar exemplos de pleonasmos em gramáticas ou Internet e terá um monte de humor!
citação:
Vícios de linguagem são, segundo Napoleão Mendes de Almeida, palavras ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam a manifestação do pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

Pleonasmo vicioso

O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso.

Ex:
"Ele vai ser o protagonista principal da peça".
"Meninos, entrem já para dentro!"
"Estou subindo para cima."
"Não deixe de comparecer pessoalmente."

O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem.

Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso.

Para um exemplo de como usar o pleonasmo dentro do humor, veja o excelente vídeo de Leandro Hassum e Marcius Melhem (Nóis na Fita)
parte 7 - "Tautologia (pleonasmo)":
( link: http://www.youtube.com/watch?v=-00dVAvVf88)




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Stand-up, Monólogos e Esquetes para um Ator Único


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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Técnica 2 – palavras de início semelhante


Achar palavras com 2 sentidos em um dicionário é moleza, mas ter de reescrever sentenças e encaixá-las é bem chato, então vem aqui outra técnica, baseada em dicionários, mas tentando explorar duas palavras próximas no dicionário e semelhantes entre si.
Pegue de novo o seu “dic” (dicionário) e vamos procurar palavras que, subdivididas, tenham outras palavras no início delas
a) procure palavras de quatro ou mais sílabas (assim funciona melhor) e que as duas primeiras sílabas sejam idênticas ou muito semelhantes e que tenham um número de sílabas próximo (ou igual, de preferência). Se rimarem, fica perfeito (mas não é imprescindível);
b) Crie uma pergunta ou uma frase tenha como resposta lógica e óbvia a primeira (ou a segunda) palavra.
c) Reelabore o texto ou a situação inicial de modo que a segunda palavra também possa ser uma resposta para o mesmo texto.

Exemplo - “Vegetariano” e “Vegetativo”
Texto:
Personagem 1 - Tenho um tio que não come mais carne...
Personagem 2 – Vegetariano?
Personagem 1 – Vegetativo!

Exemplo - “Esclarecido” e “Esclerosado”
Texto:
Personagem 1 – Conheço um sujeito que vive em um programa de televisão e só fala sobre filosofia!
Personagem 2 – é um esclarecido!
Personagem 1 – Não, um esclerosado!

Como, segundo algumas pesquisas, piadas sobre sexo é um dos temas preferidos, se a segunda palavra tiver qualquer relação com sexo, a piada tem boas chances de fazer mais sucesso...

Exemplo - “Importante” e “Impotente”
Texto:
Personagem 1 – Meu tio está totalmente dedicado à política!
Personagem 2 – é importante?
Personagem 1 – Não, impotente!

Exemplo - “cordeiro” e “cornudo”
Texto:
Personagem 1 – Meu tio é policial, mas é completamente manso!
Personagem 2 – Ah, um cordeiro!
Personagem 1 – Não, um cornudo!

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Adaptações da técnica 1

Adaptações da técnica 1 - Personalidades que tem nomes ou sobrenomes com nomes com outros significados

Se você conhece uma personalidade qualquer que seja bem conhecida do público, pode aproveitar para criar piadas utilizando esta relação. Vão ficar horríveis, provavelmente serão muito conhecidas, mas é uma opção, para “casos de emergência”. Alguns nomes próprios (nomes de flores como “Margarida”, “Rosa”, etc.) e sobrenomes “Santos” (como em “Sílvio Santos”), “Oliveira”, “Pereira”, “Só”, por exemplo, são facilmente adaptáveis para piadas (muito) ruins.

Adaptações da técnica 1 - Forçando palavras como nomes próprios
Às vezes, por pura preguiça de procurar palavras, podemos “forçar” um segundo significado a uma palavra. Como? Colocando nomes próprios em personagens que correspondam a objetos ou palavras que tenham outros significados.
Se você colocar o sobrenome de “Estevez” em um personagem, vai obter piadas (fracas) como estas...

Texto:
Personagem 1 - Meu nome é Maria Esteves...
Personagem 2 - Maria? Mas onde tu “esteves”?
No caso acima “Estevez” é um sobrenome plausível, mas você pode piorar as coisas criando nomes que jamais existiriam. Segundo algumas pesquisas um dos temas preferidosde quem gosta de humor é “sexo”. Um chinês chamado “Ku” ou um senhor chamado “Seu Pennez” (aproveitando que “seu” pode ter o significado de pronome possessivo ou de pronome de tratamento e que Pennez é pronunciado como “pênis”) podem gerar situações cômicas forçadas.

Texto:
Situação - Personagem 1 está telefonando para a casa de “Seu Pennez” que pode ser um competente encanador (por exemplo)
Personagem 1 – Alô... Estou procurando o “Seu Pennez”!
Personagem 2 – O Pennez não está disponível no momento
Personagem 1 – Mas preciso dele, é urgente! Todos me deram ótimas referências dele... Preciso do Seu Pênnez para desentupir minha saída de esgoto lá atrás!
Personagem 2 – Impossível, o Pennez está visitando um amigo, vai demorar...
Personagem 1 – Por favor! Meu cano dos fundos está vazando, minha cozinha está cheia de merda! Eu só preciso que o Seu Pênnes dê uma olhada nos meus fundos...
Personagem 2 – Ok, faz o seguinte, pega o guia (telefônico) e procura o endereço, o Pennez disse que ia visitar o Seu Ku, mas que talvez demorasse! O Seu Pennez e o Seu Ku são amigos de muito tempo, passam horas juntos!

O famoso esquete “Who's on first” (“Quem está na primeira base”) da dupla americana Abbott & Costello se baseia num diálogo entre os dois comediantes sobre jogadores de baseball com singelos nomes de “Quem”, “O Quê” e “Eu Não Sei” ocupando posições (bases) em um campo de jogo.
Texto (retirado de Sociologia do Mito de Marcelo Stenzel):
Uma das rotinas mais famosas, e mais hilariantes, dos comediantes Lou Abbot e Bud Costello é "Quem está na primeira base?". Lou, como grande fã de beisebol, quer conhecer os nomes dos jogadores do time de Saint Louis, para que ele possa reconhecê-los quando estiverem jogando no parque. Bud diz que "hoje em dia, os nomes deles são realmente estranhos, por exemplo, Quem está na primeira base, Qual está na segunda e Não Sei na terceira". Lou insiste - Mas é isso mesmo que eu queria saber. Você sabe os nomes dos jogadores? – Estou te dizendo, responde Bud, - Quem na primeira, Qual na Segunda e Não sei na terceira. Intrigado, Abott continua – Você sabe o nome dos caras? – Sei, diz Costello – Quero dizer, o nome do cara na primeira base – acrescenta Lou - Quem, diz Costello – O cara da primeira base do time de St. Louis! - diz Lou já irritado– Quem! Responde Bud. – O cara da primeira! – Quem está na primeira, explica Bud – E porque você está me perguntando? Eu não sei - diz Lou – Eu não estou perguntando, estou dizendo: QUEM ESTÁ NA PRIMEIRA!.... E a confusão continua, em uma hilária sucessão de mal entendidos entre os apelidos dos jogadores.
[http://www.geocities.com/mgstenz/livro19032002.html]

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Rolando Piadas com Palavras - técnicas de R$ 1,99



Como criar piadas de R$ 1,99? Usando humor no duplo significado das palavras... Comprei um dicionário de bolso (numa "loja de 1,99") e vou mostrar as técnicas mais "fraquinhas" de criar humor. Um jeito barato, fácil, mas de resultados nem sempre satisfatórios (mas adolescentes adoram esse tipo de humor, então é bom conhecer):

Técnica 1 – palavras com mais de um significado
a) abra um dicionário (e/ou uma gramática e/ou um livro qualquer);
b) procure uma palavra com mais de um significado, no dicionário, são aquelas que têm vários "números" enumerando diferentes significados de uma mesma palavra;
c) construa uma frase para cada um dos significados e as coloque em seqüência;
d) (a parte chata) reescreva as frases até que se encaixem;

Observação: nestes exemplos, "Rolando" é um personagem um tanto “estúpido” e capaz de encontrar significados que pessoas comuns não conseguiriam, facilitando o nosso trabalho, mas certas interpretações aqui seriam forçadas se Rolando fosse um personagem de capacidade normal. Segundo umas das teorias sobre humor, é a sensação de superioridade que nos faz rir de personagens assim, mas eu não acredito muito nisto. Entretanto, como sou preguiçoso, é mais fácil ter um personagem “limitado” para facilitar meu trabalho. Funcionam deste jeito algumas “piadas de loiras” e algumas outras piadas étnicas (politicamente incorretas e algumas ilegais neste país!)...

Exemplo - “Parábola”
Significados: (1) "figura geométrica" e (2) "uma narrativa curta"
frases possíveis: desenhei uma parábola. Uma parábola é uma figura matemática. Falar por parábolas.

Texto:
Personagem 1 - Jesus falava por parábolas!
Rolando (Respostas possíveis)
- Ele falava por desenhos geométricos?
- Nossa! Ele era matemático?
- Mas afinal, ele falava ou desenhava?

Um personagem com conhecimentos "normais" jamais poderia supor outro significado para "falava por parábolas"...
Exemplo - “Coral”
Significados: (1) cor avermelhada e (2) coro de pessoas que cantam

Texto:
Situação – falando sobre música
Personagem 1 – Eu adoro coral!
Rolando – Eu também! Mas fico melhor de amarelo!

Exemplo - “Terço”
Significados: (1) a terça parte do rosário (um cordão feito de pequenas contas que os devotos católicos utilizam para contabilizar suas orações) e (2) a terça parte de algo (1/3)

Texto:
Personagem 1 – Para obter [tal graça] eu sempre rezo o terço!
Rolando – Por isso que Deus não ajuda! Porque não reza o restante?
(provavelmente Rolando diria: “Por que não rezam a outra metade?”)

Alguns verbos têm significados diferentes dependendo do complemento. Veja exemplos a seguir.

Exemplo -“Operar”
Significados: (1) "fazer uma operação (cirúrgica)" e (2)"trabalhar"
Mas com certos complementos operar tem o sentido de "manipular" ("Operar uma Câmera", por exemplo)

Texto:
Personagem 1 - (furioso) Quem irá operar a câmera?
Rolando - Meu Deus! Ninguém me disse que a câmera estava doente!
Esta piada pode ser repetida por um texto inteiro, "operar a câmera" pode se transformar em "operar a grua", "operar a ilha (de edição)", "operar os controles", etc. Sempre com a mesma resposta de Rolando.

Exemplo - “Tomar”
Significados: (1) pegar e (2) beber
Tomar com o complemento "notas" quer dizer "fazer anotações"

Texto 1:
Personagem 1 - Vamos tomar notas?
Rolando - Boa idéia! Então o personagem coloca algumas notas (de dinheiro, por exemplo) em um copo com água e bebe.

Rolando, se tivesse um comportamento de pessoas "reais" mesmo que pudesse imaginar a expressão "tomar notas" como algo estranho, não beberia/engoliria um copo com notas dentro.
Na vida real, nem sempre temos personagens estúpidos para nos ajudar, mas a idéia ainda é a mesma:

Texto 2 (Piada sobre advogados retirada da Internet):
 Situação - dois advogados estão saindo do trabalho
- Vamos tomar alguma coisa?
- Sim, claro! De quem?

Observe que para "tomar" no sentido de "beber" poder ser percebido pelo ouvinte, precisa existir um contexto reconhecido pelo ouvinte que é: "é comum que homens, ao sair do trabalho, bebam alguma coisa antes de ir para casa". Para a segunda linha, a idéia culturalmente disseminada (principalmente pela tv) é: "advogados são ambiciosos estão acostumados a extrair bens de outras pessoas". Cada um desses contextos precisa existir para que o ouvinte construa os dois significados possíveis em sua mente e ache graça na piada. Piadas que contém este tipo de contexto e situação a ser reconhecida pelo ouvinte geralmente são consideradas mais "elaboradas" e obtém mais sucesso do que significados não tão dependentes do reconhecimento do ouvinte. Veja exemplo a seguir...

Texto 3 (“tomar” com o complemento “prumo” que pode ter o significado de “fio prumo”)
Personagem 1 – Você precisa “tomar prumo”
Rolando – Mas não cabe na minha boca!

Os verbos em suas conjugações não aparecem em dicionários, mas se você sabe conjugar um verbo (se não sabe, compre uma gramática, poxa!) os verbos em suas flexões podem conter palavras que tem outro significado quando lidas como substantivos, adjetivos, etc.

Exemplo - “Mudar”
Significado: (1) alterar
Mas o verbo “mudar” no presente do indicativo é "mudo". Significado: (2) “alguém que não fala”.

Texto 1 (mesclando com a técnica “regra de 3”):
Situação - programa de auditório, apresentador pergunta aos convidados sobre certa decisão tomada anteriormente:
apresentador - alguém quer mudar?
convidado 1 - eu mudo!
convidado 2 - eu mudo!
convidado 3 - eu falo! (ou "eu surdo", ou outra frase que tenha ligação com "mudo" no sentido de "alguém que não fala")

Texto 2 (mesclando com técnica da mordacidade):
Situação - Reunião com Rolando
Diretor - ...Temos de mudar!Rolando – Uma vez eu mudei... Fiquei mudo por uma semana!
Diretor - Puxa, que pena... Que voltou ao normal!
Edite - "Mudar" não quer dizer "emudecer", Rolando! Quer dizer "alterar"!
Rolando - Nossa! Pensei que "alterar" fosse... levantar pesos! Então, não existem "surdos-mudos"? Devo chamar de "surdos-alterados"?

Exemplo - “Bater”
Significados: (1) agredir (alguém) mas, com o complemento “à porta” tem o significado de (2) “dar pancadas em” (com a intenção de anunciar sua chegada).
É famoso o texto de Aparício Torelli (Barão de Itararé) colocado à porta, por ocasião das inúmeras invasões da polícia à redação de seu jornal na era “Getúlio Vargas”:

Texto (adaptado):
“Se for da polícia, por favor entre sem bater” [Barão de Itararé]

Com outros complementos, bater passa ter muitos significados e inúmeras piadas podem ser criadas. “Bater uma foto”, “Bater o medo”, “Batida” (“de carro”, “da polícia”, “de frutas”), etc.

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sábado, 10 de janeiro de 2009

Como colocar texto sobre o video pelo Youtube

Às vezes uma gravação do seu primeiro show ficou horrível e os show e as piadas eram boas, mas não dá para entender porque o som ficou uma porcaria... O jeito é colocar umas legendas! Como fazer isso pelo YOUTUBE? Aqui vai o mini-tutorial:
Instruções :
1) Entra no Youtube, vai na página do teu vídeo e procura onde diz "Opções do proprietário do vídeo" um botão onde está escrito "Editar Vídeo" e clica nele;

2) Vai aparecer em cima vários títulos:
"Informações & configurações", "AudioSwap", "Anotações" e "Legendas". clique em "Anotações" (porque é mais fácil do que "legendas") e acaba dando no mesmo;

3)Agora, sempre que quiser colocar uma anotação no vídeo, clica em "pausa" no vídeo e "ali em baixo" tem uns balõezinhos do tipo "histórias em quadrinhos" escolhe um deles, o que preferir...

4) Agora onde está escrito "digite seu texto aqui" é só escrever a fala desejada... Se a posição da anotação (do "balãozinho") não ficou boa, pode arrastar ela pra posição que desejar;


4)Avance o vídeo e faça o mesmo para as próximas falas. Depois de tudo terminado clique em "Publicar"!

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Texto Abertura para MC de Stand-Up

(MC = mestre de cerimônias, entendeu?)

Pessoal, boa noite... Eu queria explicar uma coisa... Vocês sabem o que é Stand-up?

O Stand-Up, pra quem não conhece, é a forma mais pobre de fazer humor: o cara não tem dinheiro para maquiagem, se apresenta de cara limpa, não tem dinheiro para para direitos autorais, escreve o próprio texto, não tem dinheiro para comprar cenário, se apresenta de pé e, como não tem dinheiro para comprar amigos, apresenta o texto sozinho... Show mais pobre do que esse só com malabarismo de calotas de automóvel no farol... e o [nome de um programa de humor qualquer], claro...

O stand-up é uma forma tão pobre de fazer humor que a gente as vezes tem de roubar umas piadas para poder sustentar o texto dos nossos filhos.

A maioria dos humoristas de stand-up começa de brincadeira, com alguns amigos, mas depois se envolve com coisas mais pesadas, discurso em festa de 15 anos, despedida de solteiro, "open mic" na veia... Tem gente que se prostitui só para poder contar uma piada! E depois esquece de contar!

Quando a gente está começando nosso primeiro texto é: "gente, um minutinho da sua atenção! Eu podia estar matando, eu podia estar roubando, mas estou aqui pedindo uma ajuda para vocês...". Se rirem da sua cara é porque você nasceu pra stand-up

Bom, sobre o show de hoje: no stand-up, a falta de dinheiro é tanta que tem de se apresentar 4 ou 5 no mesmo show... Por isso quero introduzir primeiro, bem devagarinho, se ele(a) deixar... [nome do primeiro apresentado]

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Stand-up, Monólogos e Esquetes para um Ator Único


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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Open Mic "comédia em pé" Nando Viana

Para quem ver um cara não tão conhecido, mas que tem um "Open Mic" ótimo (estréia) e foi um dos finalistas da promoção do Rafinha Bastos em 2008,  Nando Viana 



Observem a estrutura do texto em algumas piadas, vale quase como uma "aula" de stand-up!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Regra de Três

Em seu livro The Comic Toolbox, John Vorhaus menciona uma das técnicas mais conhecidas para criação de piadas, “The Rule of Three”. Se você já viu alguma apresentação stand-up, vai reconhecer que algumas das piadas utilizam esta técnica.

Segundo Vorhaus:

Dois pontos definem uma linha. Uma linha mostra uma direção. Direção implica em expectativa e você pode criar uma piada apenas quebrando esta expectativa.

Ainda segundo Vorhaus, esta “regra” também pode ser chamada de “setup, setup, payoff

Cada piada é construída sobre três passos, no primeira há a introdução, no segundo passo a validação e, no terceiro, violação.

Exemplos:

(SETUP – SETUP – PAYOFF)

Surdo – Mudo – Feio

Ciumento – Avarento – Republicano

Café – Chá – Gás venenoso

Garganta Profunda – Graganta Profunda II – Bambi


E, a aplicação desta regra em piadas vai resultar em algum dos exemplos abaixo:

Três coisas que você nunca deve fazer no futebol: “torcer pelo time visitante”, “gritar palavrões na frente das crianças”, “jogar cerveja em bêbados maiores do que você”.

Três coisas que você deve evitar dizer para a viúva em um funeral: “ele parece estar em paz”, “ele foi para um lugar melhor”, “ele fica lindo deitado”.

Três coisas que você deve levar a uma auditoria do imposto de renda: “cópias da declaração de anos anteriores”, “cópias de todas as notas fiscais emitidas”, “uma arma de pequeno calibre”.


Atenção: vários autores (incluindo Vorhaus) comentam que, por ser muito utilizada no passado, devem ser evitados, esta técnica não deve ser usada com freqüência ou seu texto vai ficar muito óbvio e forçado.
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